Há uma coisa que me intriga: Se 1 imagem vale mais do que 1000 imagens,
porquê que há artistas que têm mais medo das palavras do que das
imagens?
Isto vem a propósito de um dos 17 telediscos do novo disco da Beyoncé. O teledisco da música Superpower começa com a Beyoncé com um lenço na cabeça, que ela põe tipo passa-montanhas, aka look-terrorista, e acaba com ela apoiada por uns amigos (Pharrel e colegas Destiny's Child) em confronto com um esquadrão de polícia de choque. Pelo meio os sinais são muitos, incluindo o uso do verde da Primavera Árabe...Contra isto não há problema nenhum, que a música da Beyoncé revele uma espécie de mal estar do mundo, sobre pessoas que se querem revoltar contra um poder (e essa palavra tão boa que não sei usar em português: to rise). Mas o único problema é quando se vai ler a letra da música...
A música começa: When the palm of my two hands hold each other | That feels different | From when your hands are in mine | That's just the way it is.
É bonito, mas o que é que tem a ver? Apparently nada. E o que me surpreende é isto. Ela não tem medo de ter uma imagem forte que quer criar uma revolução, mas depois não tem coragem de falar por palavras dessa revolução. E esta conversa é aplicável ao teledisco da Azelia Banks: Yung Rapunxel, a imagem é super forte e violenta, mas as letras são more of the same shit...
If you want a revolution, não basta dar a cara, é preciso abrir a boca!