31 julho 2007
30 julho 2007
re-post (ou rest-in-peace)
Em homenagem ao Sr. Ingmar Bergman, deixo aqui (de novo) um video que fiz com imagens de dois filmes dele:
24 julho 2007
O CINEMA NÃO É a N-A-R-R-A-T-I-V-A!!!
Depois de ter visto o Death Proof do Quentin Tarantino estive a ler vários posts sobre o filme, nalguns blogs "cinéfilos", e queria responder aqui o que eu acho do filme e do cinema em geral.
O cinema, felizmente, já ultrapassou a narrativa! Um filme NÃO É a história que ele conta!
Os melhores filmes dos últimos anos, são os que ultrapassaram a história e construiram algo de mais, um olhar específico, um ambiente, um clima, etc.
Alguns exemplos: Os dois últimos Gus Van Sant, Elephant (que se recusava a qualquer tipo de explicação) e Last Days (que tinha o maravilhoso anúncio no Público "No fim ele morre")
O Inland Empire do Lynch e o Climas do Ceylan, em ambos os casos não é a história (hiper-complexa do primeiro, e hiper-simples do segundo) que interessa, mas sim a viagem. Ou o Marie Antoinette onde não interessa a história e muito menos a História, só interessa uma rapariga perdida num lugar estranho. E claro, o Kill Bill (principalmente o vol.1), cujo plot se resume às duas palavras do título, onde o que interessa é a acção e por isso o filme ainda mal começou e elas já andam à porrada.
O Hitchcock dizia que quanto mais vazio fosse o MacGuffin, mais forte ele era para o filme (no 39 Degraus uma mulher diz ao personagem principal, mesmo antes de morrer, que ele tem que descobrir o segredo dos 39 Degraus, isto põe o herói em acção e nos últimos 5 minutos do filme, um personagem revela o segredo, já não nos lembramos qual é, não tinha interesse nenhum, não era isso que importava para a história, porque a única coisa que interessa é pôr os personagens em acção). O Kill Bill vol.1 é o MacGuffin levado ao extremo, uma mulher que não sabemos o nome, quer matar um homem (de quem só sabemos o nome), para chegar a ele tem que matar não sei quantas pessoas pelo meio, practicamente não há conversa, só acção. É maravilhoso.
Tudo isto para dizer que o Death Proof não é inconsequente, vazio, um bom filme para desligar o cérebro, etc (como li nalguns blogs). Porque não é a profundidade da história que interessa, mas a acção. Os diálogos não têm a menor importância, e para mim são mais interessantes que os tratados teóricos sobre a Madonna, os hamburguers europeus do McDonnalds, as Black Mambas e as BDs do Super-Homem.
(this post may be a spoiler)
O Death Proof NÃO É um filme menor do Quentin Tarantino, é o seu filme mais modesto e mais simples (li esta frase no Cahiers du Cinéma e concordo). Não se perde em teorias, flashbacks, desconstrucções, etc. Uma história muito simples, contada duas vezes, com dois finais diferentes. Mas é uma história muito simples carregada de lixo, riscos na película, miúdas giras com conversas intermináveis e inconsequentes, referências atrás de referências, muitas autocitações e acção, tudo num ponto extremo de gozo puro.
É tudo datado e contemporâneo ao mesmo tempo. A primeira parte parece um filme dos anos 70, os planos são feios e mal feitos (a planificação e montagem da primeira conversa no carro é genial, os planos conseguem colar todos mal), as pessoas parecem dos anos 70, a música, os carros, e depois a Jungle Julia pega no telemóvel e envia um sms, perdemos imenso tempo a ver a mensagem a ser enviada, ao som de música romântica, vemos a resposta, e aparentemente a única importância desta cena é mostrar-nos que o realizador sabe que estamos em 2007. A segunda parte já não é tão datada, porque não precisa, é mais próxima de uma suposta realidade em que vivemos, para nos conseguirmos aproximar do grupo de raparigas ainda mais do que as primeiras. Porque toda aquela conversa serve para nos aproximarmos das raparigas ao ponto de querermos ver a violência sobre elas e ao ponto de querermos vê-las na sua vingança. A segunda parte é a reconstrução da primeira, em diálogo constante com a primeira (como numa destas fotos, a Sidney Poitier, sim ela chama-se assim, dialoga com a Bardot), por isso quando elas se vingam, estão principalmente a vingar as raparigas da primeira parte.
Todas as raparigas deste filme são maravilhosas, giras, cheias de garra e pinta, com os seus rabitos, barriguitas, cabelos e principalmente, deliciosos pés.
As raparigas que foram comigo ver o filme, à sessão da meia-noite como convém a um filme destes, também se sentiram vingadas e bateram palmas no final do filme.
18 julho 2007
The New Art
Tirei esta foto numa exposição da Serpentine em Londres, como sou muito respeitador da Lei e da Ordem tirei-a às escondidas, para não violar os direitos de imagem do Jeff Koons que fez a obra. Esperei que o rapaz que tomava conta da exposição estivesse distraído e saquei do telemóvel. Estou agora a pô-la na internet, mas devidamente creditada: Jeff Koons, The New (não sei o ano).
Quando fui à inauguração da exposição do Berardo, toda a gente tirava fotografias às obras com os seus telemóveis e máquinas digitais. Os direitos de autor que se fodam, porque é a inauguração do Centro Comercial Berardo. No entanto reparei em duas ou três pessoas que (conscientemente ou não) perceberam o que é a arte contemporânea: Um rapaz que estava a fotografar um quadro que foi pintado a partir de uma fotografia, terminando assim o círculo daquela obra de arte. E uma rapariga que estava a apontar as frases escritas num conjunto de quadros (cerca de 8 quadros com frases impressas a preto em folhas brancas emolduradas), dizendo "também vou fazer isto lá para casa".
Para terminar, queria só dizer ao André, que está na foto em baixo, que a foto de cima foi tirada a pensar nele.
Sometime and Everytime
Tinha tantas saudades deste teledisco. Chama-se Sometimes e é o segundo video da Britney Spears. Para mim é um dos melhores videos da Britney, só superado pelo Everytime (onde ela morre afogada, depois de ter tido uma discussão com o Stephen Dorff). O momento que gosto mais deste video é quando os bailarinos formam um coração com a Britney no meio. Quem me dera ter os meios para fazer aquilo. Esta fotografia é o meu novo papel de parede do telemóvel.
17 julho 2007
04 julho 2007
FATALE BEAUTÉ
é o titulo de uma das partes das Histoire(s) du Cinéma do Godard, que de todos os filmes que vi este mês, foi o que mais me marcou (a seguir aos Cavalos de Fogo do Paradjanov, que já mencionei em pelo menos três posts), porque é uma pequena bíblia do cinema, sujeita a milhares de leituras.
Spite Marriage de Edward Sedgwick e Buster Keaton
Os Cavalos de Fogo de Sergei Paradjanov
Still Life de Jia Zhang-Ke
All That Heaven Allows de Douglas Sirk
La Terra Trema de Luchino Visconti
Fontane- Effie Briest de Rainer Werner Fassbinder
El de Luis Buñuel
A Nightmare on Elm Street de Wes Craven
The Shop Around the Corner de Ernest Lubitsch
Liebelei de Max Ophuls
The Tennant de Roman Polanski
Cronaca di un Amore de Michaelangelo Antonioni
Ten Minutes Older: The Cello de Bernardo Bertolucci, Mike Figgis, Jiri Menzel, István Szabó, Claire Denis, Volker Schlondorff, Michael Radford e Jean-Luc Godard
O Estado do Mundo de Apichatpong Weerasethakul, Vicente Ferraz, Chantal Akerman, Ayisha Abraham, Wang Bing e Pedro Costa
Histoire(s) du Cinéma de Jean-Luc Godard
Psycho de Alfred Hitchcock
East of Eden de Elia Kazan
La Strada de Federico Fellini
It's a Wonderful Life de Frank Capra
Accattone de Pier Paolo Pasolini
"O Direito do Mais Forte à Liberdade" de Rainer Werner Fassbinder
Cronaca Familiare de Valerio Zurlini
Viridiana de Luis Buñuel
Le Samourai de Jean-Pierre Melville
"Les Amants Crucifiés" de Kenji Mizoguchi
L'Argent de Robert Bresson
Spite Marriage de Edward Sedgwick e Buster Keaton
Os Cavalos de Fogo de Sergei Paradjanov
Still Life de Jia Zhang-Ke
All That Heaven Allows de Douglas Sirk
La Terra Trema de Luchino Visconti
Fontane- Effie Briest de Rainer Werner Fassbinder
El de Luis Buñuel
A Nightmare on Elm Street de Wes Craven
The Shop Around the Corner de Ernest Lubitsch
Liebelei de Max Ophuls
The Tennant de Roman Polanski
Cronaca di un Amore de Michaelangelo Antonioni
Ten Minutes Older: The Cello de Bernardo Bertolucci, Mike Figgis, Jiri Menzel, István Szabó, Claire Denis, Volker Schlondorff, Michael Radford e Jean-Luc Godard
O Estado do Mundo de Apichatpong Weerasethakul, Vicente Ferraz, Chantal Akerman, Ayisha Abraham, Wang Bing e Pedro Costa
Histoire(s) du Cinéma de Jean-Luc Godard
Psycho de Alfred Hitchcock
East of Eden de Elia Kazan
La Strada de Federico Fellini
It's a Wonderful Life de Frank Capra
Accattone de Pier Paolo Pasolini
"O Direito do Mais Forte à Liberdade" de Rainer Werner Fassbinder
Cronaca Familiare de Valerio Zurlini
Viridiana de Luis Buñuel
Le Samourai de Jean-Pierre Melville
"Les Amants Crucifiés" de Kenji Mizoguchi
L'Argent de Robert Bresson
sobre o terror e o exorcismo das novas bíblias de néon
Para provar que os Arcade Fire são de facto bons, aqui fica um excerto do concerto que deram à umas horas no SBSR. Foi assim que começou:
dedicado aos Torgueiros, com quem ouvi muitas vezes este disco.
dedicado aos Torgueiros, com quem ouvi muitas vezes este disco.
Subscrever:
Mensagens (Atom)